YayBlogger.com
BLOGGER TEMPLATES

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Inocentemente...

"Disse-lhe, num tom maroto e de forma a parecer verdade, que já nada nele me apaixonava, que já não me batia o coração como se fosse sair pela boca quando ele se aproximava, que o olhar dele já não me fazia levantar da cama e que o seu sorriso já não me bastava! Disse-lhe, ainda, em tom de parecer verdade, que já não sorria para o cativar, já não me embevecia com os olhares trocados, já não me magoavam as palavras duras que a falta de maturidade deixava escapar, às vezes... Disse-lhe ainda que a minha vida já era, outra vez, uma vida, que até tinha dado a volta por cima, que já não vivia os dias em função das memórias do tempo do amor que se fazia em olhares sorridentes, do amor que me apaixonou, amor esse que me fez acreditar que há pessoas que foram feitas uma para a outra!! Disse-lhe que o nosso amor me faz(ia) feliz e que me alimenta(va) o brilho nos olhos de uma forma tão genuína, disse-lhe, da forma mais resumida e desesperada que encontrei na altura, que era feliz sem ele. Foi então que, por momentos, abandonei a personagem que tentava manter e caí em mim, senti a barriga virar-se ao contrário e o sol esconder-se por entre as nuvens, senti o desespero da mentira conjugada com a vontade imensa de lhe dizer que não era assim, que as minhas pernas tremiam quando estava com ele, que o sorriso dele me bastava e que o coração ainda batia imenso, de forma tão assustadora, quando ele se aproximava... Queria conseguir dizer-lhe que há em mim um amor que cresceu, um amor novo, mais compreensivo e menos impulsivo, queria tanto dizer-lhe que ainda penso nele quando me deito e que há sonhos que ele inunda sem saber, sonhos que me fazem acordar e sorrir, na ilusão da minha forma sonhadora de viver!!
Olhá-lo nos olhos e senti-lo vivo ainda me vai bastando, é como se fosse a minha raiz que me alimenta e me mantém de pé!"

quarta-feira, 21 de maio de 2008

surge o LUAR...


Disse-me a noite, ao cair, que não tivesse medo, e pedaços de estrelas cintilantes fizeram soar o grito silencioso de um final de dia que pesa nos ombros!

Sou extremamente citadina, cresci na minha cidade, adormeci muitas vezes ao embalo do barulho e nunca estranhei as ruas movimentadas e o aroma a stress que se respira tantas vezes.. Talvez por isso necessite tanto do meu silêncio e tenha dias em que anseio o cair da NOITE, para que chegue, já madrugada dentro, o meu momento de palavras silenciadas pelo escuro do sol que se esconde. E rezo para que não nasça, peço a Deus que me deixe amar a noite mais um bocadinho para depois poder senti-la perder-se nas minhas mãos, e tranquilamente, vê-la desaparecer, na sua inocência. E nasce o Sol! Espreita delicadamente e resplandece no brilho que só ele tem, na luz que só ele oferece ao dia, nos raios que já vão deixando passar um pouco de radiação, e eis que, da forma mais natural possível, surge o DIA, que novamente vai lembrando o cansaço, os testes e exames, os ensaios e as aulas, as diversas coisas que vão preenchendo o tempo que antecede a noite, e com a noite as lágrimas,e depois delas, a paz!


segunda-feira, 19 de maio de 2008

é em biquinhos de pés que...

eu sou uma bailarina.
tenho os pés marcados e calejados da carne que já avistei e do sangue que se foi mostrando, ando com os pés para fora e com as pernas abertas, tenho dores nas costas da postura de bailarina a que já me habituei, sei vestir uma personagem e levá-la a palco como a bruxa da Bela Aformecida, a espanhola da Paquita, o gato do Quebra-Nozes. Já dei aulas de ballet, já ouvi um envergonhado "danças muito bem" e, acima de tudo, já pisei muitos e variados palcos, já trabalhei com várias equipas técnicas, já enfrentei públicos diferentes, já me vesti em camarins de estrela, e de cada vez que estou prestes a subir ao palco, penso que, apesar de me tremerem tanto as pernas, eu sou feliz ali, vou sonhando e tocando o céu da minha dança, e é igual à nossa vida, ao nosso frenético dia-a-dia em que grandes momentos são antecedidos de pernas bambas, de roer as unhas até fazer sangue, de olhares e sorrisos de incentivo, e depois é tudo espantosamente mágico, os vultos da regie, as luzes que fazem o corpo suar, o público concentrado e curioso, a cortina que abre após a contagem decrescente do técnico de palco, e quando começa a música o coração vai acompanhando com o seu ritmo permanente e os braços acompanham a melodia suave das notas conjugadas numa harmonia sem fim, e por momentos estou num campo verde onde dou vida à dança do tempo, o meu tempo, que acaba numa vénia ao som das palmas batidas mesmo ao pé do coração e é um sonho, o meu sonho de pequena bailarina vestida com o tutu ( 'eueu' para os amigos!) e com as minhas pontas que me fazem dançar em biquinhos de pés, tal como nos livros de princesas sonhadoras...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

olho para trás

"eu tentei, mas fugiu de mim

sabia que o escuro não era tão grande assim

e com o tempo acordei

e agora é que olho para trás

vejo que errei

vejo que o sol que me deste

um dia perdeu-se por trás das nuvens do céu

vejo que o sol que me deste

desapareceu



com tudo escuro não consigo acordar

ajuda divina estou aqui a suplicar

envia-me o que não vi

e perdoa-me.

mas eu quero gritar:

sou mais do que um ser

sou vida, sou os tempos

que passam desde que destruí

e agora, tão só, te peço:

Perdoa-me pois não resisti!



(...)



e se este chão onde apoias os pés

um dia ruir

não tens pra onde fugir

onde quer que vás eu irei

mas nem sempre te salvarei



sentes que sozinho não consegues lutar muito mais"



Parabéns João Nuno, como sempre!

Escolíadas 2008, Escola Jaime Magalhães Lima, Esgueira


há músicas assim que nos roubam palavras de gargantas secas e que nos fazem tremer as pernas e ficar arrepiados, há músicas assim que nos completam e acompanham, há músicas assim cheias de alma e de sons bonitos, há músicas assim que nos deixam frágeis, que nos devolvem a inocência e nos sugam a capacidade de discernimento que ainda nos resta no meio disto tudo...

domingo, 11 de maio de 2008

Fátima Jovem 08

Lá fui... Deixei os ensaios, o meu coro dos pequeninos, a física, a minha cama, o meu descanso e Fui, no verdadeiro significado do verbo Ir, Fui sem Ficar, Fui e levei-me, não deixei nada, nem o corpo, nem a alma, só um bocadinho do pensamento ficou, mas é normal, é bom sentir que dentro de mim já há uma semente de responsabilidade que faz com que eu me preocupe com aquilo que fica sem mim!
Foram dias de gargalhadas, de cantorias que deram em rouquidão, de animação, de duc in altum, de dependências, de bolhas e lágrimas de dor, de olhares e palavras de incentivo, de ouvir tão alto o grito da palavra Amizade... Dias de abraços de apoio, dias de "Margarida, me traz um chá meu bem", dias de pura Loucura! Dias de sermos Loucos por Deus, de sentirmos que Ele está sempre connosco e que faz com que tudo valha a pena, dias de lançar sonhos em balões que, espero mesmo do fundo do coração, tal como o p.Rui, não rebentem, dias de brincar com o Salvador e sentir uma felicidade enorme ao ouvir 'Mãmã, é a Maía! ', afinal não te esqueceste de mim e até perguntaste pela 'Maía!' muitas vezes!
Um fim-de-semana de emoção, de sonho e de partilha, um fim-de-semana em que me senti em casa, em família! E nestas coisas concluo, ao voltar à rotina, que vim mais cheia, mais completa, mais rica, e é por isso que vale sempre a pena!
Ser feliz não custa! =)

(ficam as memórias, os rostos de felicidade, e deixo aqui uma migalinha do que foi!)